01/03/2007
Por Kerstin Gehmlich
Peles aparecem na coleção de Valentino
PARIS (Reuters) -
As pessoas podem
amá-las ou odiá-las, mas o fato é que as peles estão dividindo o
cenário da moda em Paris nesta estação.
Grandes grifes como Jean-Paul Gaultier, Valentino ou Christian
Lacroix comemoraram a volta das peles com uma seleção de casacos
com arremates de pele, recebendo elogios das maisons de luxo.
"As peles sempre estiveram presentes", disse Gaultier depois de
receber aplausos extasiados por um casaco longo que misturava pele
com "tartan" escocês.
"Não se trata de um retorno das peles, mas de uma continuação
delas. É o que estou propondo. A pele é um material que ainda não
encontrou substituto", disse o estilista em seu desfile na semana
de moda de Paris.
Mas outros estilistas dizem que mulheres que usam casacos de vison,
raposa ou zibelina carregam o sofrimento de animais em sua
consciência.
Com isso, eles reforçam os argumentos de ativistas nus dos
direitos dos animais que tentaram atrapalhar alguns desfiles desta
semana em que as peles tinham presença forte.
"Discordo totalmente da presença de animais eletrocutados nas
costas das pessoas", disse a estilista britânica Stella McCartney
aos jornalistas após seu desfile de prêt-à-porter sem peles na
quinta-feira, em que apresentou cardigãs de lã e tops de cashmere.
Sua coleção de macacões tricotados e "anoraks" com capuzes
grandes, usados com minissaias, formou um contraste com os casacos
de gola de pele apresentados por Lacroix e Valentino na
quarta-feira.
Uma manifestante nua saltou sobre a passarela de Lacroix,
mostrando aos fotógrafos suas costas, em que a palavra "pele"
estava pintada, antes de ser arrastada para fora por seguranças.
Manifestantes também tinham tentado interromper o desfile de
Valentino.
ALTERNATIVAS ÀS PELES
McCartney, que é filha do ex-Beatle Paul, disse que não faltam
alternativas às peles.
"Temos tudo. Estamos usando muitos tafetás, muitos cetins,
cashmeres e tricotados", disse a estilista, que acaba de lançar
uma linha de produtos dermatológicos orgânicos.
Ela colocou na passarela modelos usando "catsuits" cor-de-rosa e
vestidos curtos de seda, sendo observadas na primeira fileira por
editores de moda que vestiam peles.
Mas outros estilistas não fizeram segredo de seu apreço por peles
de animais, e os varejistas disseram que as peles vendem bem. "A
pele é um material de luxo, e eu sei que nossos clientes vão
adorar," disse Linda Fargo, vice-presidente sênior de moda da
Bergdorf Goodman, à Reuters durante o desfile de Valentino.
"Houve uma tendência que começou em Nova York, que vimos novamente
em Milão e estamos vendo aqui em Paris também", disse ela, falando
do retorno das peles às passarelas.
Lacroix não pareceu perturbado com os protestos que marcaram seu
desfile. "Não sou hipócrita", disse ele. "Adoro peles."
Estado conclui em 10 dias abate sanitário de animais em
Eldorado, Japorã e Mundo Novo
Os frigoríficos de
Mato Grosso do Sul concluem em dez dias o abate dos animais que
apresentaram circulação viral de febre aftosa, conforme
informações do superintendente federal de Agricultura, Orlando
Baes.
Mais de doze mil animais já foram abatidos das propriedades de
Eldorado, Japorã e Mundo Novo em uma operação que teve início em
duas semanas. Em média, 1,3 mil animais são sacrificados por dia.
Segundo o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Marcus Vinicius Pratini de Moraes, que preside o Conex (Conselho
Extraordinário de Relações Nacionais e Internacionais para o
Desenvolvimento Econômico do Estado), a febre aftosa no rebanho
bovino no sul de Mato Grosso do Sul em outubro de 2005 já provocou
prejuízo de US$ 750 milhões à economia do Estado, sendo que em
todo o País foi de US$ 2,5 bilhões.
O governador André Puccinelli (PMDB) esteve em Brasília (DF) esta
semana, onde se reuniu com o atual ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento e solicitou recursos na ordem de R$ 80
milhões em recursos extras para atender às ações de combate
contínuo à febre aftosa. O governo do Estado vai arcar com a
diferença entre o valor pago pelo frigorífico ao produtor,
diferença está que chega a R$ 10,00 por arroba. |