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(...)"o líder
trabalhista criticou as posturas de alguns ativistas pró-direitos
dos animais por considerar que se opõem ao desenvolvimento
científico.Segundo ele, se estes ativistas não forem controlados,
o Reino Unido perderá pesquisas científicas essenciais com um
prejuízo econômico incalculável e enorme para o estudo no
tratamento de algumas doenças."
http://gazetaonline.globo.com/noticias/minutoaminuto/internacional/i
nternacional_materia.php?cd_matia=234158&cd_site=843
Tony Blair estimula jovens
a se tornarem cientistas
03/11/2006
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, estimulou os
jovens britânicos a se tornarem cientistas para combater o
aquecimento global do planeta e "mudar o mundo", em discurso
pronunciado hoje em Oxford, no sul da Inglaterra.
Após a divulgação esta semana de um relatório do Governo que
advertia das conseqüências "desastrosas" da mudança climática,
Blair pediu à juventude que se envolva na luta contra o
aquecimento da Terra. "Poderia ter sido um relatório pessimista,
mas na realidade não foi, estava cheio de otimismo", disse o
primeiro-ministro.
Segundo Blair, os jovens "idealistas" podem mudar o mundo,
tornando-se cientistas, uma atividade que qualificou como "vital"
para a competitividade no Reino Unido.
"Precisamos de jovens que se dediquem à ciência de forma
entusiasta, que se dêem conta que desafios como a mudança
climática só podem superados por cientistas motivados", disse
Blair.
Além disso, Blair comparou a mudança climática com a chegada do
homem à Lua, em 1969, um marco que inspirou muitos jovens na
época.
Para o primeiro-ministro, a inovação científica é "essencial" para
a economia britânica e importante para garantir uma estabilidade
no futuro.
"Devemos nos transformar em um ímã para o esforço científico,
atrair os melhores e tornar o conhecimento uma empresa, formando
colaborações e associações aqui, na Europa e no mundo todo",
disse.
Por outro lado, o líder trabalhista criticou as posturas de alguns
ativistas pró-direitos dos animais por considerar que se opõem ao
desenvolvimento
científico.
Segundo ele, se estes ativistas não forem controlados, o Reino
Unido perderá pesquisas científicas essenciais com um prejuízo
econômico incalculável e enorme para o estudo no tratamento de
algumas doenças.
Captura excessiva de peixes e frutos do mar já comprometeu 29%
das espécies
Pesca comercial vai acabar em 2048, indica projeção.
Captura excessiva de peixes e frutos do mar já comprometeu 29% das
espécies.
Estudo que reuniu dados globais indica que áreas de maior
biodiversidade, como o litoral brasileiro, têm mais chance de se
recuperar.
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
A pesca comercial marinha do mundo inteiro pode acabar em 2048
devido à captura de peixes em um ritmo maior do que os animais
conseguem se reproduzir, indica um grupo internacional de
cientistas. De acordo com estudo divulgado ontem, até agora 29%
das espécies de pescado já entraram em colapso - a produção delas
caiu 90% em 50 anos -, e deve acontecer o mesmo com outras.
Segundo a estimativa, publicada hoje na revista "Science"
www.sciencemag.org , resta
pouco tempo para tentar reverter a situação e evitar o colapso
total das espécies marinhas de interesse comercial.
Para estipular a data fatídica, os cientistas abriram mão de
modelos matemáticos e analisaram 32 experimentos marinhos que
manipularam a diversidade de espécies em diferentes escalas. O
estudo também trabalhou com dados históricos de pesca relativos
aos últimos mil anos, obtidos em 12 zonas costeiras, e com
resultados tabulados pela FAO (Organização das Nações Unidas para
a Agricultura e a Alimentação) em 64 grandes ecossistemas
marinhos, incluindo os da costa do Brasil.
"Estou muito feliz com a metodologia. Nós usamos diferentes fontes
de informação", disse à Folha Boris Worm, biólogo da Universidade
Dalhousie, no Canadá, um dos autores do estudo. "Mostramos que
quando espécies são perdidas, a produtividade e a estabilidade do
ecossistema também se perde."
Segundo Worm, não é apenas a produção de alimento (pescado ou
frutos do mar) que está sob ameaça. "Os ecossistemas também tendem
a ficar menos protegidos às ondas de choque causadas, por exemplo,
pela extração excessiva de uma determinada espécie ou mesmo pelas
mudanças climáticas", assegura o pesquisador.
O fato de as espécies de peixes, moluscos e crustáceos funcionarem
como cartas do castelo oceânico é conhecido dos pesquisadores.
Para Silvio Jablonski, biólogo marinho da Uerj (Universidade
Estadual do Rio de Janeiro), o estudo publicado agora torna essas
relações mais evidentes.
Pobre mar brasileiro
"O artigo comprova com análises de experimentos e séries de dados
em diversas escalas que a perda de serviços ambientais [benefícios
da natureza ao homem] e a baixa produtividade estão relacionadas à
redução da diversidade", explica Jablonski. Para ele, apesar de o
mar brasileiro ser rico em biodiversidade, característica
encontrada nas zonas tropicais do planeta, a situação aqui está
longe de ser positiva. "A nossa pobreza está na capacidade de
sustentar grandes biomassas de recursos", afirma.
Também para Worm, o caso merece cuidado. "A costa brasileira pode
ser bem produtiva. Entretanto, o manejo das espécies precisa ser
cuidadoso. Deve-se ter certeza de que nenhuma espécie será
perdida", disse.
No caso da sardinha brasileira, por exemplo, essa atenção não
existiu. O conhecimento científico gerado recentemente pode
explicar o que ocorreu com ela. "Após sofrer uma pressão pesqueira
intensa, parece que a espécie está suscetível às variações das
condições oceanográficas. O problema tem aparecido no período da
desova", segundo Jablonski. Diante desse quadro "depressivo", como
classificou Worm, a boa notícia é que ainda existe tempo hábil
para que a situação mundial possa ser revertida.
A pesquisa, que também analisou a situação de 48 áreas marinhas
protegidas, em diferentes parte do mundo, mostrou que áreas
fechadas ao homem estão mais equilibradas. Nesses locais, além da
produtividade das espécies ter crescido quatros vezes, os
ecossistemas estão, em média, 21% mais protegidos contra
desequilíbrios.
Nas áreas com mais diversidade, como são as do Brasil, os
resultados mostram ainda que a regeneração das populações marinhas
tende a ser mais fácil.
"As áreas mais sensíveis precisam ser fechadas ao uso humano, mas
boa parte do oceano ainda pode ser usado, desde que sejamos
organizados para fazermos isso", afirma Worm.
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Veja números da pesca mundial
www.fao.org/fi
FONTE:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0311200601.htm
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